Nesta postagem nosso objeto de análise será o “heavy metal” (para desespero do Francisco Prado, 5ª Etapa).
Vou começar analisando uma das “pérolas” que os leitores escrevem para revistas como a Rock Brigade. Vejamos:
“gostaria de deixar bem claro que sou totalmente contra garotas no meio underground.todas são
falsas, posers e não entendem nada do verdadeiro som, o heavy metal. Em vez de escutar o som da
banda, ficam pensando no tamanho da pica dos integrantes. Garotas só servem para chupar nossas
rolas e fazer missin miojo” (H.W.C.F, Poços de Caldas/MG, Rock Brigade nº 161 Dezembro/99, pg
47)
Isto é o que eu chamaria de rótulo. Certos headbangers rotulam todas mulheres de “groupies”(garotas que iam aos shows só para transar com os roqueiros). É deprimente que ainda existam homens que pensam assim. Infelizmente, é possível encontrar, neste meio, inúmeras frases machistas como esta.
Bem, gostaria de deixar claro que vou aos shows para curtir o som e rever amigos e não para caçar cabeludos. Embora nada me impeça de me interessar por algum e vice e versa.
Para este tipo de metaleiro pior do que ser mulher é ser mulher e gostar de estilos como progmetal e metal melódico (os meus preferidos). Por serem muito introspectivos, estes estilos são vistos por eles como (desculpem o termo) música para “cuzões”.
Porém, não vou me deter aos preconceitos existentes neste meio. O preconceito está em todo lugar e com a música não é diferente.
Vou ressaltar aqui as partes mais curiosas desta manifestação cultural tão interessante que é o heavy metal. Vamos lá:
A estética do headbanger é um texto a ser lido. Por exemplo, quanto maior os cabelos, maior é o tempo de lealdade ao movimento.
Jaquetas de couro, camisas pretas carregam o emblema das bandas favoritas. As mais valorizadas são as camisetas vendidas nas turnês. Isso porque são uma prova de que o cara esteve lá e curtiu a banda ao vivo.
O cabelo longo também serve para acompanhar o ritmo (para frente, para trás e movimentos circulares com a cabeça).
A expressão facial é um misto de prazer e raiva.
Toda vez que curto um som me sinto no Paleolítico. Período em que os homens desenhavam na parede das cavernas os bisões que teriam de enfrentar. Numa mistura de magia e religiosidade, dançavam com o intuito de tomar coragem para sair à caça ao bisão.
Para mim, curtir metal é isso! Uma mistura de magia e religiosidade.
Um ritual que serve como um escape da rotina estressante desta eterna caça ao vil metal (aqui no sentido de grana mesmo).
A figura do headbanger é similar à figura do bárbaro (aquele que veio destruir a civilização). Para reproduzir esta “destruição da civilização pela força” é preciso produzir um som cada vez mais pesado, distorcido, guitarras superpotentes, solos longuíssimos.
Ao contrário dos punks, que enfatizam a simplicidade no tocar, o metal valoriza a habilidade e o virtuosismo (Adoro o prog por isso!!!).
Sou fã-testemunha da rotina intensa de estudos, um esforço matemático do “Mindstorm”(banda de progmetal daqui do Guarujá) em fazer um som com qualidade técnica.
Dream Theater, Symphony X, Circus Maximus são exemplos do estilo progmetal e tiveram suas influências em bandas mais antigas como: Rush, Genesis, Uriah Heep, Led, Pink Floyd...
Para dar um exemplo mais recente de um bom trabalho de progmetal indico a música “Glory of the Empire”(da banda norueguesa Circus Maximus).
Na minha opinião, ela é um poema, uma sinfonia, uma peça teatral. Em seus 10 minutos e 27 segundos relata o apogeu e declínio do Império Romano, denunciando a escravidão dos reféns da legião romana. Tudo numa sincronia perfeita entre letra e som conforme a intensidade do drama.
Quer viajar? Ouça.
Ah! A foto acima foi o pessoal do Mindstorm que tirou. Disseram que era raridade me ver bebendo, precisavam registrar! rs...
sábado, 19 de maio de 2007
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6 comentários:
Oi Tati!
Legal que vc encontrou outras alternativas para encrementar seu blog, sem fugir de sua temática.
As fotos e essa análise dos elementos das bandas são bem interessantes. Gostei!
Até mais...
Vc não pode se basear apenas no que diz um zé-ninguém que ainda por cima se identifica como H.W.C.F... além do mais, é uma opinião, só. Há outros q pensam o contrário. Esqueça isso. T+
Muito legal o texto Tati...Gostaria de agradecer o apoio que você tem dado a nossa banda...Adorei muito o termo "esforço matemático"(tudo a ver comigo) e ainda acrescento que o esforço maior é unir a matemática ao sentimento e transformar em música, sem perder nenhuma das qualidades existentes tanto na matemática quanto no sentimento e na música...E viva a música! Viva o Progmetal!!!!
COMO VAI DONA?
SURPRESO NÃO PODERIA SER ESSA DEFINIÇÃO DA MINHA REAÇÃO, AO LER O CONTEÚDO DESSE SEU BLOG CONHECENDO VC COMO A CONHEÇO, COM SUAS IDÉIAS E OPINIÕES FORMADAS. DIFERENTE DAS OPINIÕES E IDÉIAS COMUNS, " QUE POR UM ACASO DO DESTINO" NOS FORAM IMPOSTAS EM NOSSA CULTURA.
POIS BEM, RSSS TA TUDO MUITO LEGAL AQUI
BEIJO
ATÉ
E VIVA O METAL UNDER A 5 MANGO RSSS
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