quinta-feira, 5 de julho de 2007

De férias com os titios do Angra.




“Em mim, a sabedoria e a tolice se encontram. E quando a sabedoria e a tolice se encontram há uma transcendência”. (Osho).

Guerra no Complexo do Alemão trazendo um pouco do épico ao nosso cotidiano. Música de fundo: Spread your Fire. Câmeras enquadram um corpo ensangüentado, ao lado, moradores abandonam o morro. Balas cruzam o ar. Nada escapa aos olhos do cameraman. Guerra ou êxtase?

Finalmente a mídia esqueceu a paranóia terrorista.
Aliás, onde andarão os fundamentalistas? Dando um tempo? Hum... tempos de suspense.
No som, Falaschi canta a saga de um cavaleiro das Cruzadas.
Ontem, católicos queimavam templos, hoje, islâmicos caçam infiéis. O século XI é agora! De fundo:
Temple of Hate.

Na TV, uma reportagem do “garoto testemunha do assassinato dos pais”. Em seus olhos paira uma sombra do sentido trágico da vida. Bem baixinho: Winds of Destination.

Corta imagem para: “a volta por cima da família depois da perda do menino Ives”.
Alguns poucos minutos de esperança. Um exemplo de amor em tempos de cólera. Toca:
Late Redemption.
Milton Nascimento faz dueto com Edu: “Cante uma canção desconhecida. Plante mais lembranças na sua vida. Nada além do amor é o que parece. Toda a minha dor na minha prece”.

Enxugo os olhos marejados para ver melhor o que surgiu na tela agora.
A apresentadora do Fantástico sorri e dá uma notícia ruim: “ondas de 30 metros varrem a costa brasileira a 350 km/hora”.
Naufragam edifícios, teatros, centros comunitários, close de um paraíba morrendo afogado. Corta para o céu azul:
Abrem-se os buracos da camada de ozônio. De lá saem os primeiros anjos do apocalipse. Edu Falaschi canta:
"Angels back to live! Arise!"


Deixo o niilismo de sua voz impregnar meus ouvidos: “God’s abandoned this world!”

A música ondulante do candomblé me acalma. Posso sentir Carolina aqui.
Enquanto a água invade, caboclos cabeludos fazem riffs de guitarras e cantam, em coro, com vozes agudas:
“Salve, Salve Iemanjá.
Salve Janaína.
E tudo o que se fez n’água.
Jogam flores para o mar,
Deus, salve a Rainha.
E o meu passo nessa esfera...
Um caboclo de orixás
Logo deixa a Terra
Vai de encontro à sua sina
Onde o céu encontra o mar
Achará seu porto
E é assim que isso termina”... (
Carolina IV)


Aos titios do Angra, toda a minha gratidão: pelos shows que são sempre impecáveis e, principalmente, pela sensação de se estar muito bem acompanhada quando se está apenas só, ouvindo música.


4 comentários:

Roderico P. Franco disse...

Angra? A nova usina nuclear? Rs T+

Já sei, daqui a pouco vai aparecer o Prof. Salatiel 2.0 e me dar um cascudo. É só postar aqui e ele aparece aí embaixo, quer ver?, rs T+

Palavras e Panquecas disse...

Calma Francisco, ele está de férias...
Vcs estão falando do ...?


Panquecão

Palavras e Panquecas disse...

Em relação ao Angra, até acho legal, mas sei lá, rss,fala do Paralamas do sucesso rss
(folgadão)

Panquecão

Roderico P. Franco disse...

Não Michel, não em férias, ele saiu em turnê com o grupo Polegar! huahau (risada do capeta, como ele se refere a essa risada).

Uma alusão à "Mito da Caverna"

Uma alusão à "Mito da Caverna"