"Life experience
Break your shell reach the light!
Mind and soul
Find your path to the skies"... (Sprouts of Time, Angra)
"Experiência de vida
Quebre sua casca, alcance a luz!
Mente e alma
Encontre seu caminho para os céus."(Brotos do Tempo, Angra)
Durante uma reflexão sobre este trecho da música, percebi que a casca a que Rafael Bittencourt (compositor e guitarra) se refere é "O Universo numa casca de Noz" de Stephen Hawking.
Pesquisando sobre este livro, acabei encontrando outro, não menos genial. A pesquisa me levou até : FlatLand (PlanoLândia) de Edwin Abbott. Escrito no século XIX, mas que só em 2002 teve sua tradução para o português. É uma história científico-satírica que muitos não conhecem e que ressurge agora do underground.
"Era uma vez um mundo bidimensional que possuía largura e comprimento; ali não existia altura. Era como uma folha de papel. Todos em Terra Plana moviam-se livremente, como as sombras se movem sobre a Terra, totalmente inconscientes da dimensão da altura. O personagem principal da Terra Plana (Flatland) era o Quadrado.
O velho Quadrado explicava a seu neto, o Hexágono, algumas noções de geometria. (Na Terra Plana, cada geração seguinte da linhagem masculina, possuía um lado a mais que seu respectivo pai, até atingir tantos lados que se tornavam indistintos do círculo, a ordem sacerdotal. Mas, é claro, havia uma exceção, os inferiores triângulos que sempre serão triângulos). À medida que o Quadrado procurava explicar ao neto como achar a área de um quadrado, através do quadrado da medida de um de seus lados, o neto perguntou-lhe o que poderia acontecer na geometria se alguém elevasse ao cubo esta mesma medida. O Quadrado explicou, pacientemente, que não existia tal coisa de “elevado ao cubo” na geometria. O neto, confuso, continuou insistindo, até que o Quadrado, zangado, mandou para a cama, advertindo-o de que se ele fosse mais sensato e falasse menos besteira, se sairia melhor em geometria. Naquela noite, sentado e lendo o jornal, o Quadrado continuou resmungando para si mesmo: “não existe este negócio de elevado ao cubo na geometria…” De repente, ele ouviu uma voz às suas costas, dizendo: “Sim, existe!” Olhou assustado para os lados e viu uma Esfera brilhante na sala. A Esfera era uma visitante da Terra Espacial (EspaçoLândia), um mundo em que havia três dimensões como nós conhecemos aqui na Terra. E a Esfera tentou sem êxito explicar ao Quadrado o que era a Terra Espacial, quando resolveu criar para o Quadrado algo que aqui chamamos de experiência transcendental; isto é, ela o transportou para a Terra Espacial. O Quadrado abriu os olhos, olhou ao redor e disse: “Isso é uma loucura… ou então é o próprio inferno!” E a Esfera respondeu: “Não, é nenhum dos dois… Isto é o Conhecimento… Abra os olhos e olhe ao seu redor”. Assim o Quadrado fez, e excitado contudo o que via começou a falar e questionar a Esfera sobre a possibilidade da existência de mundos com quatro ou até cinco dimensões. A esfera respondeu, zangada: “Não existe tal absurdo!” E, aborrecida, mandou-o rapidamente de volta à Terra Plana. O Quadrado, desde então, rodou pela Terra Plana, pregando a visão mística de um mundo de três dimensões. Desacreditado, foi confinado numa instituição mental, onde, uma vez por ano, era visitado por um Círculo da classe dos sacerdotes, que o entrevistava e avaliava como ele estava indo. E todas as vezes ele insistia em tentar explicar ao Círculo a dimensão da Terra Espacial, e todas as vezes o Círculo, desanimado, balançava a cabeça e o deixava trancafiado por mais um ano".
Cientistas renomados como Hawking afirmam a possibilidade da existência de 10 a 11 dimensões. Nós (nossa limitada mente humana) só podemos conceber 3. Assim, representamos o "Círculo", outras vezes, bancamos o "Quadrado". Esta é uma sátira de nós mesmos. Da incapacidade humana de entender e explicar sua própria origem. E pior: da resistência ao conhecimento.
Se quisermos entender o Universo, temos que abrir nossas mentes, libertar nossas almas e perguntar com o destemor das crianças:
"Com o que se parece um buraco negro? Qual é a menor porção de matéria? Por que nos lembramos do passado e não do futuro? Como se explica, se houve um caos primordial, que haja ordem agora, pelo menos aparentemente? E por que existe um universo?"(Carl Sagan).
Eu poderia viver recluso numa casca de noz e me considerar rei do espaço infinito... (Shakespeare, Hamlet, Ato 2, cena2).
segunda-feira, 9 de julho de 2007
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8 comentários:
O cara se baseou num best-seller para escrever uma música, ainda por cima de um livro de ciências??? Pq o cara não pega o O Doce Veneno do Escorpião, da "filósofa" Bruna Surfistinha para encher a cabeça de idéias, hen??? Huahuah! T+
Cara, só tu que comenta neste blog!
Desse jeito, vou ter que aposentar o paísubúrbio. rsss...
Pronto Tati, postei algo nos Panquecas, agora tu tem o q ler rss.
E o Francisco é mó chato mesmo kkkk
Panquecão
Pronto, vou ter que colocar um comentário para fazer número, como no Panquecas. Mas dê um jeito, esse negócio de tapar vazamento com o dedo não dá muito certo! Rs T+
ESTE É APENAS UM COMENTÁRIO PARA FAZER NÚMERO - EDIÇÃO 7
Oi Tati!
Ainda vou ler com calma esse teu post!
Sò tô passando para dizer que tô te convidando para responder: quais as 10 séries de tv que marcaram sua vida? Trata-se de um Meme que o Oficina me passou e eu estou direcionando pra vc.
Bjão, até mais!!!
Oi Tati!
Legal essa associação com a geometria para fazer questinamentos sobre nossas próprias inseguranças existenciais.
Divino!
Oi amiga, tudo bem?
Gostei muito da reflexão.
Conhecimento traz o medo, medo destrói conhecimento.
Liberte-se e todos conseguiremos viver, fazer, contribuir para nossa evolução.
Saudade!
Inté.
Há num esqueçe de dar espaço no próximo texto. Respire.hehehehe.
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